Atividades lúdicas e pedagógicas para o corpo no Lar S. José

O projeto “Gerontomotricidade” surgiu em outubro de 2014 com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos utentes do Lar de S. José e Centro de dia.

A Santa Casa da Misericórdia de Almeirim, com a perspetiva de aumentar a interação social entre os utentes e desenvolver competências motoras, deu vida a um ginásio preparado para minimizar os efeitos “nocivos” do envelhecimento.

Com a finalidade de promover um envelhecimento ativo, a instituição tem desde então colocado à disposição de todos os utentes a possibilidade de trabalhar o corpo de forma a contribuir para uma mudança de atitude, tanto a nível físico como mental. Correndo o risco de ser uma pedra no charco do imobilismo, esta resposta passou a ser um grande desafio, tendo merecido a curiosidade inicial e logo após a aderência massiva pelos resultados obtidos.

Por isso, num primeiro momento, fazemos num espaço próprio, uma avaliação psicomotora que nos permite perceber em que estado está o idoso, tendo em atenção que este é alguém que pensa, sente e se movimenta de forma diferente, algo que obriga a cuidados especiais ao nível das práticas corporais. Semestralmente, reavaliamos para perceber quais os ganhos adquiridos pela prática diária de atividade. Esta avaliação é apenas o instrumento que abre ao idoso o caminho para a possibilidade de fazer de outras formas e de pensar de outra maneira. Podemos, assim, falar de saúde em movimento pois o envelhecimento saudável pressupõe um equilíbrio dinâmico entre o corpo, a cognição e a afetividade, algo que trabalhamos diariamente no seu todo. Podemos felicitar-nos pela recuperação de vários utentes quando acreditámos que seria possível alterar significativamente as capacidades motoras básicas ao trabalhar a força, a resistência e flexibilidade, a agilidade e o equilíbrio dinâmico. Já tivemos casos de pessoas que chegaram aos nossos cuidados sem qualquer capacidade de locomoção, sem força muscular e com falta de equilíbrio. Hoje caminham autonomamente ou apenas com alguma ajuda técnica, participam em passeios e jogos e interagem de forma natural.

Continuamos com o entusiasmo inicial a tentar contrariar a mobilidade reduzida e, consequentemente, as quedas que acontecem nestas idades com maior facilidade. Apenas com trinta minutos diários conseguimos fazer a diferença no dia-a-dia destas pessoas.